Dra. Mariana Faleiros | Medicina de Família | Jataí – GO

Um texto para pacientes.

7 min de leitura.

Quem é o médico de família?

É um médico especialista em Medicina de Família e Comunidade. Após os seis anos de graduação em Medicina, concluiu dois anos de residência médica (nome do período de especialização) em Medicina de Família e Comunidade.

É o profissional que proporciona uma atenção à saúde de forma integral, ou seja, presta assistência à saúde, prevenindo e tratando doenças e complicações de doenças e condições já existentes, levando em conta aspectos biológicos, emocionais, psicológicos, culturais, socioeconômicos e espirituais ao longo de toda a vida de quem quer que procure atendimento médico.

Confira a lista de especialidades médicas reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina em 2024: https://sistemas.cfm.org.br/normas/arquivos/resolucoes/BR/2024/2380_2024.pdf

Do que trata e de quem cuida um médico de família?

Um médico de família entende as maiores necessidades da região em que atende, porque tem em mente que cada contexto é diferente. Um exemplo é um médico que trabalha numa região ribeirinha amazônica, na qual o treinamento mais intensivo de assistência ao parto pode ser de grande valia (já que a chegada ao hospital mais próximo pode demorar), ao passo que para outro médico que trabalha na capital do estado de São Paulo, um entendimento aprofundado sobre pessoas em situação de rua será muito bem-vindo.

O Médico (1933), de Luke Fildes – Foto: Wikipedia

No consultório de Medicina de Família de Jataí – GO, você encontrará assistência para:

– Consultas de rotina (check-ups) para adultos e idosos: checagem de todos os riscos para evitar ou detectar precocemente doenças como: cânceres, infecções sexualmente transmissíveis, transtornos de humor e ansiedade, hipertensão, diabetes e hipotireoidismo, com orientações personalizadas.

Medicina do Estilo de Vida: abordagem com foco na prevenção e tratamento de doenças analisando: gestão do estresse, alimentação, exercícios físicos, sono, comportamentos de uso de álcool, tabaco e outras substâncias.

Saúde sexual e planejamento familiar: discussão sobre métodos contraceptivos, testes de gravidez com aconselhamento pré e pós-teste, disfunção sexual, etc.

– Prevenção e diagnóstico precoce de cânceres, como câncer de mama, colo de útero, pulmão, intestino, de próstata.

– Prevenção e tratamento de osteoporose.

– Cuidados para doenças que aumentem riscos de infarto e AVC: hipertensão, diabetes tipo II, obesidade, dislipidemia (colesterol e triglicerídeos altos), glicemia.

– Testes para infecções sexualmente transmissíveis, com aconselhamento antes e depois dos testes, sejam positivos ou negativos.

– Manejo de doenças gastrointestinais, como síndrome do intestino irritável, gastrite, doença do refluxo gastroesofágico.

– Manejo ambulatorial de dores crônicas: fibromialgia, enxaqueca, osteoartrite, dor na coluna, dentre outras.

– Tratamento da insônia.

– Cuidados em saúde durante os momentos de transição da vida, como luto, divórcio, menopausa, nascimento do primeiro filho, saídas dos filhos de casa.

Medicina Rural: atendimento para quem more e/ou passe muito tempo na fazenda, continue tendo acesso a cuidados em saúde.

Cuidados paliativos: a partir do diagnóstico de qualquer doença crônica, iniciamos cuidados para que a qualidade de vida nunca se perca, incluindo alívio de dor, falta de ar, perda de apetite e insônia.

Qual a diferença de se cuidar com um médico de família e um especialista?

As áreas de atuação na Medicina se cruzam em alguns momentos e mais de um especialista pode cuidar de uma mesma pessoa e de uma mesma doença, a depender da relação de confiança entre médico e paciente, da experiência do profissional com aquela determinada condição, do acesso ao médico mais próximo, da vontade do paciente, dentre outros fatores.

Um exemplo disso: uma pessoa idosa, que por anos acompanhou com um médico e tem mantido suas questões de saúde em equilíbrio, não é obrigatório que procure um geriatra e reinicie um acompanhamento médico apenas pelo fator idade.

Há, também, situações em que o paciente se beneficia de seguir seu acompanhamento com apenas um médico e outras em que novas visões são bem-vindas. Um exemplo é: um paciente hipertenso vem acompanhando sua saúde com um médico de família e descobre uma condição cardíaca que será necessária uma avaliação cirúrgica para resolução do quadro. Esta condição será tratada por um cirurgião cardíaco, mas a pessoa ainda deverá ser tratada como um todo, incluindo, seus medos, receios, adaptações à vida pós-cirurgia e demais condições de saúde que poderão surgir.

E para que o paciente seja melhor assistido durante uma fase assim, o médico de família pode se comunicar com outros especialistas, no intuito de evitar ruídos de comunicação, clarear o caso clínico e as demandas, auxiliando na construção das decisões.

O médico de família usa o acompanhamento de longo prazo (se chama longitudinalidade) e a visão da pessoa para além do órgão (integralidade) para realizar uma atenção de questões primárias da saúde, identificando e manejando riscos de doença, fortalecendo fatores de proteção, cultivando a saúde já existente, evitando complicações de doenças e evitando emergências.

Por isso, existe um médico especialista em cuidar de você como um todo, mesmo havendo a assistência de especialista com foco numa questão mais específica.

Existe diferença entre ser um médico de família, um generalista e um clínico geral? E qual a necessidade de a Medicina de Família ser uma especialidade?

Existe. No Brasil, ao longo dos seis anos de formação do curso de Medicina, passamos por teoria e prática da maioria das áreas de conhecimento da Medicina (o porquê não passamos em todas fica para outro momento). Vemos, de modo geral, “um pouco de (quase) tudo”. Ao final dos seis anos de formação, somos generalistas/clínicos gerais.

Contudo, a maior parte dos conteúdos estudados e a maior parte do tempo dos estágios se referem a pacientes e a doenças encontrados no meio intra-hospitalar e ambulatórios de especialidades focais, nos quais aprendemos sobre diagnósticos e situações específicas de cada órgão ou sistema do corpo humano. O que é ótimo, pois assim podemos conhecer e entender mais a fundo sobre estas condições.

Após o término da graduação, podemos fazer especializações, que são as residências, e nelas, aprendemos mais a fundo sobre determinados diagnósticos, que vimos de modo geral durante a faculdade.

Porém, uma frase não é feita apenas com boas palavras soltas. É necessário conectá-las para que haja sentido. Esta conexão é feita pela Medicina de Família. Um excelente coração não é suficiente se o intestino sofre. Da mesma forma que um corpo inteiro saudável não é suficiente se a alma está entristecida com a partida de um ente querido. Mas a sensação de ter saúde pode estar presente mesmo com alguns órgãos abalados. O objetivo da Medicina de Família é entender o que é saúde pra você e o que pode ser feito para alcançarmos em conjunto este objetivo, no curto e no longo prazo.

Onde você pode encontrar um médico de família?

Seja na rede privada (planos e particular), seja na rede pública, um médico de família pode te atender, de forma presencial ou por telemedicina:

– Em consultórios: seja numa clínica privada, seja dentro de uma Unidade Básica de Saúde do SUS;

– Em casa;

– Em hospitais, acompanhando pacientes com doenças crônicas diversas, em uma internação ou após esta internação;

– Em escolas, empresas e outros locais que se beneficiem de avaliação de fatores de risco ao longo do tempo para ações preventivas e curativas.

Por tudo isso, um médico de família pode, ao longo de toda a vida, contribuir com: dar poder de decisões em saúde mais assertivas, inclusive evitando cair em charlatanismos; economia de recursos como tempo, dinheiro e mesmo recursos emocionais; descoberta de doenças em suas fases mais iniciais possíveis; definição de qual especialista médico ou outro profissional de saúde procurar em determinadas situações; promover estilos de vida saudáveis e cuidar de pessoas com doenças ao longo da vida.

Então, fazemos um Planejamento do Cuidado individualizado, conforme as fases da vida, a história de vida, os desejos e os objetivos pessoais de cada um que adentra o consultório, reconhecendo a singularidade de cada pessoa.

Materiais para você saber mais sobre este tema:

https://www.paho.org/pt/topicos/atencao-primaria-saude

https://www.sbmfc.org.br/wp-content/uploads/media/file/documentos/perfil_mfc.pdf

https://www.who.int/world-health-day/world-health-day-2019/fact-sheets/details/primary-health-care

https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2020/dezembro/medico-de-familia-e-comunidade-a-importancia-do-cuidado-integral-e-eficiente

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